quinta-feira, 24 de junho de 2010

Coisas que marcaram minha infância: Brinquedos

Nenhum brinquedo foi mais almejado. Com visual de computador portátil, o produto da Tectoy - criadora do Master System - consiste em um dispositivo que faz perguntas sobre vários temas, como história, geografia e matemática. As perguntas você companhava por uma revista que era facilmente encontrada em bancas de jornal.

Era o seguinte: a revista, com centenas de questões, fornecia quatro opções de resposta: verde, azul, amarelo e vermelho. Para responder, bastava apertar o opção correta no aparelho. Simples. Para atrair as crianças haviam revistas da Turma da Monica, do Pato Donald e até do Sonic.

O Pense Bem trazia alguns desafios na memória que dispensavam a revista. Tipo jogo da memória e desafios de matemática, games que, além de divertir, incentivavam a criatividade e rapidez de raciocinio das crianças. Além disso tinha uma entrada para disquete totalmente inútil. Era só charme.

O momento mais significativo do Pense Bem na minha vida foi quando decidi abrir meu aparelho. Foi um grande acontecimento na rua. Rodeado por amigos curiosos, abri o brinquedo e descobri que ele era igual um controle remoto por dentro.

Foi a primeira grande desilusão da minha vida.



Um bastão de pirulito e duas hélices coloridas. Foi assim que o Pirocóptero acabou virando um símbolo cult dos brinquedos dos anos 90. O preço da guloseima era irrisório tamanho o encanto que o brinquedo tinha sobre as crianças. Aliás, houve um momento que ninguém comprava o pirulito devido ao doce, mas sim para encaixar de uma vez as hélices e sair atirando - e perdendo - o Pirocóptero.

O Pirocóptero foi criado na decada de 80, mas foi somente em 1991 que ele teve seu auge devido as propagandas durante o Show do Mallandro. Foi inclusive o Pirocóptero que levou Sergio Mallandro a usar aquele boné com hélices que você certamente lembra.

Ainda tem dúvidas sobre o sucesso do Pirocóptero nos anos 90? Então observe o número de membros na comunidade Eu Tive um Pirocóptero no Orkut.



Cara Maluca é o único brinquedo da lista que segue em circulação com o mesmo nome. Criado pela Grow, era o tipo de desafio bobinho que te prendia por horas. O objetivo é montar o rosto da carta escolhida antes que o tempo do cronômetro acabe e as peças saltem do brinquedo. Além de tomar uma baita susto.

O grande barato de Cara Maluca era o desespero com o passar do tempo. Se criança é afoita por natureza, sob pressão nem se fala. E ainda tinha o valor competitivo, pois perder para seu primo era a coisa mais humilhante do mundo. Além disso, era um saco juntar as pecinhas quando a cara "estourava" na sua vez.

Tirando essas coisa chatas, era assaz legal.



Pega Peixe foi o brinquedo mais usado como prêmio em festinhas de escola. À corda e altamente vagabundo, quebrava com uma facilidade incrível. Além disso, o imã que servia de isca vivia descolando, para o desespero de qualquer pré-pré-adolescente com espírito de Chico Bento da época. Mesmo assim, eu adorava.

Você tinha que "pescar" o maior número de peixinhos. Eles ficavam subindo e descendo, abrindo a boca e fechando por uns 30 segundos. Não valia pegar o peixe com a mão. Muito menos segurar a cordinha para fisgá-lo com maior facilidade. Para vencer, era preciso muita calma e paciência.

Hoje já não é tão vendido. Culpa dessa tal hiperatividade.



Lembra que eu abri meu Pense Bem? Pois então, o próximo brinquedo da lista eu sempre quis abrir também, mas nunca tive a chance. O Traço Mágico (Etch-a-sketch) me espantava pelo simples fato de você rodar dois botões e ele traçar o desenho. Era incrível, assustador, inexplicável para qualquer criança da época. Era definitivamente mágico.

Arthur Grandjean diz ter criado o Etch-a-sketch para a Ohio Art Company em 1959. Segundo ele, era um projeto experimental, sem grandes pretensões. Diretores da empresa negaram a comercialização do produto, alegando que era algo muito complexo para as crianças. Acontece que, durante a reunião, o filho mais jovem do presidente da empresa entrou na sala e ficou maravilhado com o Traço-Mágico. Graças a Deus.

Os executivos cederam e lançaram o produto. Em 1985, comemorando 50 anos de empresa, a Ohio Art Company decidiu relançar o Traço Mágico num formato mais moderno, aquele mesmo que você conhece. Foi o boom que faltava. Traço Mágico encerrou a década de 80 e entrou na de 90 como um das sensações do mercado infantil.



Comandos em Ação - Os colecionadores de Aventura foi o maior entretenimento da minha infância. Mais articulados que qualquer outra figura, a primeira vista lembravam o velho Falcon, só que bem menores. Vinham com acessórios ótimos como arminhas, capacetes, rádio- transmissores e viseiras. Cara, como era legal brincar com os Comandos em Ação.

O melhor presente de aniversário, Dia das Crianças ou Natal era uma nave ou carro da série. Tu perdias umas quatro horas montando e colando os adesivos, mas isso já fazia parte da brincadeira. Difícil era convencer teu pai que você podia, sim, montar sozinho. Mais difícil ainda era não quebrar o polegar dos bonecos.

A série foi produzida entre 1984 a 1995, num total de 124 "Figuras de Ação" e 98 veículos.



Brindes engraçadinhos sempre são uma atração irresistível para as crianças. No caso do Kinder Ovo, melhor que o brinde era a expectativa de qual seria a surpresa. Era moda colecionar os brinquedinhos do Kinder. Haviam coleções ótimas, desde simpáticos bichinhos até miniaturas de Samurais de metal. Ah, ainda tinha o quebra-cabeça que ninguém gostava de ganhar.

O Kinder Ovo estreou no Brasil em 1994. É vendido até hoje, exceto nos meses de verão. São lançadas, anualmente, cerca de 100 novas peças.

O chocolate em forma de ovo, com parte externa sabor a chocolate ao leite e interna chocolate branco, chegou a custar menos de R$1. Hoje já passou de R$2, chegando, em alguns casos, ao valor astronômico de R$3. Sendo tão caro, tornou-se um produto de luxo, restrito. Por esse motivo, muitas crianças e antigos fãs do produto - tipo eu - deixaram de consumi-lo

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